Poderia enganar-me, julgar que sou bonita como as mulheres bonitas, como as mulheres olhadas, porque realmente me olham muito. Mas sei que não é uma questão de beleza mas de outra coisa, por exemplo, de espírito. O que quero parecer, pareço, bela também, se é o que querem que seja, bela ou bonita, bonita por exemplo para a família, mas só para a família, posso ser tudo o que quiserem de mim. E acreditam que sou.
Acreditar que também sou encantadora. Desde que acredite, que isso se torna verdade para quem me vê e quer que eu seja segundo o seu gosto, também o sei. Digo a palavra encantadora como a diziam à minha volta, à volta das crianças.
Já sei muito. Sei uma coisa. Sei que não são os vestidos que fazem as mulheres mais ou menos bonitas, nem os cuidados de beleza, nem o preço dos cremes, nem a raridade, o preço dos enfeites. Sei que o problema está algures. Não sei onde. Sei só que não está onde as mulheres julgam. Olho as mulheres nas ruas... Há-as muito belas... Não fazem nada. Esperam. Vestem-se para nada. Olham-se. Na sombra dessas vivendas, olham-se para mais tarde, julgam viver um romance, têm já longos armários cheios de vestidos a que não sabem que fazer, colecionados como o tempo, a longa seqüência dos dias de espera. Algumas ficam loucas. Algumas são trocadas por uma jovem criada que se cala. Abandonadas. Ouve-se esta palavra atingi-Ias, o barulho que faz, o barulho da bofetada que ele dá. Algumas matam-se.
Esta falta das mulheres a si próprias, por si próprias perpetrada, apareceu-me sempre como um erro.
Não havia que atrair o desejo. Ele estava naquela que o provocava ou não existia. Ou estava lá desde o primeiro olhar ou então nunca existira. Era a inteligência imediata da relação de sexualidade ou então não era nada. Isso soube-o eu antes do experimenta-lo.
Creio que estou a revelar-me de mais aqui, creio também que ninguém anda lendo. Não há nada nas palavras acima que meus verdadeiros amigos não saibam do que se trata. Ultimamente desde a minha última derrocada amorosa tenho recordado muito o passado, mas espera, você não está compreendendo...é muito, que está chegando a me sufocar, não o sufoco pela falta, mas justamente pro excesso dela. A lembrar de tudo que passei, hummm let me see..., lembrar de tudo que passei nesses sete anos de experiências, chego a corroborar comigo mesma que tenho em mim, em minha memória, histórias absolutamente inacreditáveis. Escutei de minha mãe que eu nunca me apaixonei por nenhuma alma vivente, tah bom...eu sei que isso é muito exagero da parte mais dramática dela, mas me incomdoda hoje (ouvir isto e não ter a resposta), nunca ter me livrado de passado algum. Isso mesmo, mas minhas aventuras amorosas todos os personagem anteriores se fizeram presentes na minha memória, sabe aquelas coisas de teoria de aprendizagem, que o conhecimento é propriado e vai se acumulando de criando esquemas novos? Pronto, essas minhas memórias tem a mesma raiz de procedimento ao me atormentarem.
Caro leitor (tem alguém aí?), eu não estou sabendo expressar-me e ao mesmo tempo me perdoe por nada entender. Não quis dizer acima que teci comparações entre parceiros, longe de mim, vivi cada relação como se fosse única. Mas agora tento esclarecer a essas minhas memórias independentes, qual delas me deu marcas profundas (não sei a resposta, mesmo deposi de tentar revisar essa loucura aqui.), claro que entre todas ela tem uma...a primordial (que só especial por ser o começo, não tente derrubar os meus argumentos), que rende boas histórias aos ouvidos ou olhos, dependendo do veículo de comunicação que eu esteja utilizando com meu(s) interlecutor(es), acontece que quanto mais histórias eu conto (relembro...relembro...), mais aparecem e vão criando ou reformulando um ciclo vicioso na minha mente. Pra resumir tudo, gostaria muito de saber, por que eu tenho me recordado tanto de tudo? Por que além do primordial, eu me proponho sempre em lembrar de alguém que ,de certa forma, era uma tentativa de me unir aquilo que eu achava que não pudia mais fugir?
Mas vem cá...por que as marcas dos homens que eu julgo que amei não me atormentam desse jeito? Por que de comum a todos os relacionamentos há duas coisas: O bloco dos mais jovens foram os que eu julgo que amei (enquanto os mais velhos eu estava...a brincar...a brincar, errr vocês entenderam onde está a igualdade?), e todos os relacionamentos eu acabei, todos de maneira trágica, vale tristemente salientar, mesmo eu querendo agir de maneira pacífica, amigável e cordial...eu acabei (e não há nenhum espécie de glória nisso).
Confesso, tenho saudade de tudo, confesso que estou tristemente desorientada, confesso que gostaria de voltar a ser eu (Nesse sentindo, ok?). Não quero namorado, longe de mim, mas eu bem sei como levo a minha vida quando não estou namorando, sei a que tipo de práticas eu recorro, sei também que neste momento eu não quero isso...não quero agir assim, pelo simples fato que estou num momento crucial e quero focar totalmente nele, e o que me dá medo é recorrer ao passado pelo que estou precisando agora (E isso é uma droga, por que seria mais fácil não recorer a passados, se estes me dessem um verdadeiro e sonoro: Não!) . Aquele mesmo passado que eu falo saudosamente ou condenatoriamente, dependendo do momento em que em encontro.
Confesso que sinto falta das longas tardes descutindo política (dos sois, dos dois...)-(seja de ontem, seja de hoje) ,sendo chamanda de bonequinha e comendo nutela toda lambuzada (pelo primordial), de estar andando de soquete enquanto alguém me prepara comida (isto vale para os dois), das broncas de alguéns que já viveram duas vidas de Tássia, do perigo (isto também vale para os dois), das trocas de olhares oblíquos em público (er...também para os dois ^^), dos presentinhos de quem não esqueceu do que eu sou (além de valer para os dois, não vale para o último filho-da-mãe que me envolvi, hein?), de ouvir The Doors com o primeiro e Norah Jones com o segundo, das conversas esótericas de um lado (do primordial) descrentes e algumas vezes diabólicas e por outro (o outro quis dizer) as perguntas sobre a wicca e seu jeito tranquilo de viver, das noites em claro fazendo perguntas bobas e ouvindo respostas mais idiotas ainda (do primordial), de acordar com o sol e comer banana com granola e mel + leitinho quente e depois ir tomar banho de cachoeira enquanto ele (o segundo, ah a tranferência
Fora os momentos íntimos, que obviamente não listarei aqui, mas digo que fazem arrepiar-me a pele e enebriar os sentidos até hoje, não por conter nada de extraordinário (principalmente se pensar no segundo, por quê o primeiro, ah o primeiro, era um professor, sabe?), mas por conter um desejo, um desejo dantes visto, sentido por nós, uma certeza de que se estava tão errado que só era possível estar certo, aquele desejo que quando as emboscadas da vida preparam, eu olho para estes seres da mesma forma oblíqua e eles me olham com a saudade de quem nunca teve a certeza do que estava a fazer, ou dos meus sentimentos (escutei diversas vezes destas pessoas que eu estava a me aproveitar, do que eles diziam nutrir por mim, veja se isso é possível?? :P), mas que gostariam, que eu pelo menos dissesse que haviam sido importante pra mim ou me marcado de alguma forma, até por que, não dá pra passar pelo mesmo rio duas vezes, por que este nunca mais terá as mesmas águas.
P.S: Isto é uma confissão, literalmente. Porém , não creio que irás entender-me, se entender, irás me julgar louca, mas permita-me uma última confissão: o egoísmo me é tão grande que isto é apenas uma exaltação a mim mesma, não se trata de paixão, menos ainda de amor, é daquilo que as pessoas que guardam segredos sentem. E o texto acima é só pra dizer como os meus segredos começaram.
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Eu acho q entendi Tassita
Bjo se cuida
Lelita
Unknown disse...
9 de outubro de 2008 às 19:26
Sempre tem olhos interessados que estão lendo ;)
Se vc não se sufocar com seu passado, nem se tornar escrava do seu presente cínico/descrente, perceberá que o primordial e o novo podem vir numa embalagem única, de presente pra vc.
Detalhe: nada de finais trágicos desta vez... desculpe quebrar sua maldição ;)
Marcelo Flexa
Unknown disse...
7 de dezembro de 2008 às 08:45